O Que São Dons Espirituais?
São habilidades especiais concedidas pelo Espírito Santo a cada membro de Corpo de Cristo, segundo a graça de Deus, para serem usadas na edificação mútua deste Corpo. Os dons são concedidos pelo Espírito Santo, segundo a sua vontade (1 Co 12.11, 18) e não de acordo com o nível espiritual, o número de anos passados na igreja ou pelo cargo que alguém ocupe. A Bíblia fala de sete filhos do sumo-sacerdote em Éfeso que tentaram usar dons que não possuíam e passaram por grande vexame (At 19.13-16). Não é possível adquirir os dons espirituais (At 8.20). É Deus quem os dá. Deus tem vários propósitos para conceder os dons à igreja, alguns deles são:
Promover a edificação da igreja (1 Co 14.26; Ef 4.12)
Tornar os crentes mais produtivos (1 Co 12.7)
Promover a unidade da igreja (Ef 4.13, 1 Co 12.25)
Para proteger a igreja de falsas doutrinas (Ef 4.14)
Para que Ele seja glorificado (1 Pe 4.11)
Deus repartiu com os membros dons diferentes (1 Co 12.29,30), para que haja diversidade na realização da Sua obra (1 Co 12.4-6), atendendo a cada necessidade do Corpo de Cristo (Rm 12.4-8; 1 Co 12.17-20). Esta diversidade dos dons também promove a inter-dependência entre os membros, para que ninguém se julgue superior ou auto-suficiente (1 Co 12.21,22). Os dons são dados por Deus para serem utilizados em sua obra. Não são simplesmente acessórios para enfeitar o trabalho de Deus, mas ferramentas para realizá-lo e devem ser utilizados da melhor forma, pois somos apenas despenseiros deles (1 Pe 4.10). Os dons pertencem ao Espírito Santo.
Todos os dons são igualmente importantes (1 Co 12.22,23). Não existem dons melhores ou maiores. Em 1 Co 12.31 Paulo orienta a “procurar com zelos os melhores dons”. Entretanto, isto deve ser entendido como “dar grande valor”. Ademais, o verbo e o objeto estão no plural. Portanto, Paulo dirige-se ao Corpo como um todo e não a indivíduos isoladamente.
Os dons capacitam o crente a fazer o serviço de Deus da melhor forma, mas isto não significa que o homem não possa cometer erros. Os dons devem ser praticados para adquirir-se experiência e maturidade no seu uso. Os dons são distribuídos em intensidades diferentes: uns mais, outros menos, segundo a vontade de Deus (1 Co 12.11), independente do nível espiritual do crente. Entretanto, cada um deve procurar desenvolver seus dons (2 Tm 1.6) e trabalhar com afinco para cumprir seu ministério (2 Tm 4.5). Os crentes não devem comparar-se com outros, pois cada um tem dons diferentes e todos são igualmente úteis. Devemos trabalhar alegremente com o que Deus nos deu. Se não estivermos satisfeitos com os dons que temos, seremos desobedientes, mas não eliminaremos a nossa responsabilidade. Devemos valorizar os dons que Deus nos deu e também os que Ele deu aos outros membros do Corpo de Cristo.
Qual a importância de descobrir os dons?
Paulo diz aos coríntios que eles não deveriam ser ignorantes acerca dos dons espirituais. Isto mostra a importância que ele dava ao bom uso destas gloriosas ferramentas divinas na igreja. Existem muitos benefícios em se descobrir os dons espirituais:
Para o crente: Ele será mais produtivo e mais capacitado para fazer a vontade de Deus na Sua obra. Assim torna-se mais feliz e realizado por descobrir aquilo que o Senhor quer que ele realize na Sua igreja e humildemente reconhece que é importante para Deus. Não fica em confusão, pois reconhece aquilo para o qual Deus o capacitou e pode direcionar seus esforços para um trabalho específico, alegremente trabalhando em conjunto com outros irmãos para expandir a causa do Mestre.
Para a igreja: A igreja experimenta um maior envolvimento de seus membros na obra de Deus, traduzindo-se em maior eficiência no seu serviço e em crescimento, tanto em quantidade quanto em qualidade de seus membros. O uso dos dons promove uma maior harmonia e unidade na igreja e diminui grandemente a possibilidade de que hajam áreas improdutivas, dada a diversidade dos dons.
Para a liderança: Uma vez que há um maior envolvimento dos membros no trabalho, o pastor e a liderança da igreja ficam mais aliviados, repartindo suas cargas e podendo dedicar-se especificamente aos seus ministérios (At 6.4).
Para Deus: Quando a igreja usa os seus dons, pessoas são salvas e isto alegra o Senhor (Lc 15.7,10,32). Por causa da eficaz aplicação dos dons, Deus é glorificado (para isto existimos – Is 43.21) e a Sua vontade é realizada.
Algumas coisas que às vezes são confundidas com os Dons:
1. Talentos naturais
Tanto os dons espirituais como os talentos são dados por Deus. Os talentos naturais, quando nascemos. Entretanto, os dons espirituais são concedidos somente aos que aceitaram Jesus como seu Senhor e Salvador, ou seja, a partir do seu novo nascimento (Jo 3.7). Os talentos podem ser consagrados a Deus para uso na Sua obra.
Os talentos geralmente chamam a atenção das pessoas para aquele que o possui, atraindo elogios e louvor, enquanto que o dom espiritual deve chamar a atenção para Deus, dando-lhe glória. Assim como os dons espirituais, os talentos também variam quanto a diversidade e intensidade.
2. Cargos
Os cargos nem sempre possuem relação direta com os dons. Os cargos mostram a posição das pessoas no organograma da igreja, enquanto os dons mostram a capacitação para realizar tarefas. A igreja deveria analisar os dons de seus membros antes de colocá-los nos cargos, mas vendo a necessidade da obra e não propriamente a relação entre os dons e o cargo.
3. Dever cristão
Independente dos dons que possuímos, temos deveres como servos de Jesus e não podemos deixar de cumprir os mandamentos que recebemos dele. Nem todos temos o dom de Evangelista, mas todos recebemos o mandamento “Ide por todo o mundo” (Mc 16.15) e não podemos deixar de falar o evangelho. Não temos todos o dom de serviço, mas a Bíblia nos adverte: “Sirvam uns aos outros mediante o amor” (Gl 5.13). Mesmo que não tenhamos o dom da Exortação, não podemos deixar de cumprir o mandamento: “Encorajem uns aos outros todos os dias” (Hb 3.13).
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